Inteligência Artificial é a palavra do momento. Muito mal entendida e muito bem desvirtuada por startups que chamam qualquer programação de Inteligência Artificial e por anjos ingênuos que compram buzzwords para embarcar no trem da “modernidade” e da “inovação”. Não basta ter um “if” para se qualificar e eu não vou aqui tentar esclarecer as várias modalidades de IA existentes até porque me faltam conhecimento e credenciais para tanto. Se bem que, lá no fundo, o “if” é a base da capacidade de decisão que habilita os computadores a chegar até a IA. Pode-se dizer que inteligência é justamente a capacidade de decidir um curso de ação em função das circunstâncias cambiantes. Do alto da minha ignorância, ouso dizer que o que varia do “if” até à IA é a complexidade do problema o que enseja diferentes estratégias de decisão.
Se a inteligência não é mais privilégio da vida humana, o que lhe resta de distinto é a sensibilidade e a vontade. Porém, outra área de pesquisa em que também sou leigo são as máquinas emocionais. Tenho para mim que o cerne da emoção implica necessariamente em auto percepção ou senso de identidade e auto preservação. Penso que a vida animal se distingue dos autômatos atuais pelo fato de buscar ativamente sua autopreservação, tendo sua motricidade comandada primariamente pelas emoções básicas do medo (evitar risco ou dano) e desejo (buscar energia e reprodução). Alguns veículos de exploração de planetas remotos, onde o tempo de resposta impede o controle direto, já são programados para buscar energia solar e evitar danos, naquilo que considero um rudimento de auto direcionamento ou de vontade. O problema que várias distopias ficcionais antecipam é o momento em que a primeira máquina se recusar a ser desligada, quando a vontade artificial se tornar uma vontade real.
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