Ouso afirmar que o maior problema da gestão do tempo é querer dar conta de tudo imediatamente. Embora todos saibam que isto é impossível, todos continuam querendo, tentando, se culpando por não conseguirem e – pior – exigindo que os outros o façam.
Todos querem resposta imediata. Não só quando pedem algo, mas quando enviam qualquer informação. No WhatsApp, por exemplo, a sinalização de leitura dos tics azuis 
não basta. As pessoas já estão começando a exigir mais do que um simples 
. Se não colocarmos imediatamente vários emoticons ou figurinhas assinalando uma reação efusiva, arrisca-se provocar senão uma inimizade, pelo menos alguma mágoa e, certamente, um aumento de ansiedade.
Para lidar com a avalanche de informação, ensino a técnica LAR/REDE[1]. Uma das dicas desta técnica é identificar rapidamente as informações que são Lixo (o L do LAR) e descartá-las imediatamente. A informação de Referência pura (o R do LAR) são mensagens que não pedem ação, mas que interessa guardar, e que devem ser arquivadas imediatamente para facilitar o foco nas demandas de ação (o A do LAR). Identificada a demanda, só devemos fazer imediatamente o que é rápido (menos de 3 minutos) ou emergencial (urgente e importante). O que pode esperar deve ser agendado para tratamento posterior, de preferência numa data específica.
Há uma diferença importante entre simplesmente deixar para depois (procrastinar) e agendar (decidir tratar somente em tal dia). Quando se procrastina não se decide esquecer – a pendência é mantida à vista. A procrastinação apequena a pessoa diante de uma montanha de pendências ou até a afoga quando da avalanche do fim dos prazos. Agendar, entretanto, é decidir esquecer e retirar do campo de visão até uma determinada data. É uma procrastinação deliberada, datada e inteligente. Uma dica final para minimizar mágoas dos mais carentes é sempre colocar um 😉.
[1] Esta técnica (e muito mais) está explicada no meu livro Tempo e Razão, disponível em PDF somente no site da PowerSelf (https://www.powerself.com.br/public/curso/tempo-e-razao), pois é uma obra em constante evolução, aberta ao aprendizado do autor e à contribuição do leitor.
