Se non è vero, è ben trovato
Giordano Bruno
Quando nos reunimos contamos causos, que é uma forma de comemorar – lembrar juntos. Também comemoramos ou rememoramos em datas certas. No fim do ano fazem-se retrospectivas do ano que passou. Mas podemos ampliar o horizonte de tempo da retrospectiva e viajar um pouco. Os últimos 150 anos parecem mostrar que a racionalidade humana vem obedecendo a um padrão cíclico ao sabor dos estados emocionais predominantes com durações alternadas de, aproximadamente, 45 e 30 anos. Senão, vejamos.
Em 1871 finda a Guerra Franco Prussiana, inicia o período de 43 anos de otimismo positivista da Belle Époque, marcado pela confiança na humanidade e grandes esperanças de que o progresso moral acompanharia o progresso material e tecnológico propiciados pelo petróleo e a eletricidade.
Entretanto, os germes do conflito alimentados pelo nacionalismo e pelo comunismo precipitam o mundo num período de 31 anos de horror de 1914 a 1945, quando ocorrem duas Grandes Guerras, entremeadas com a Revolução Russa, a Gripe Espanhola e a Guerra Civil Espanhola. Horror, desespero, angústia, fúria e maldade marcam e moldam o pensamento da época.
Seguem-se 44 anos de Guerra Fria, em que o progresso se baseia numa competição armamentista, que mantém a humanidade num estado de vigilância e suspense. O receio e a contenção são a marca deste período, mas os ventos de uma nova racionalidade já começam a soprar com um maior protagonismo jovem simbolizado pelo movimento hippie de paz e amor.
É a juventude que precipita a queda do Muro de Berlim em 1989 e a Revolução da Informação dando início a um novo período de otimismo que, na falta de um nome aclamado, vou chamar de New Age. A confiança de que o amplo acesso ao conhecimento e à informação aumenta a racionalidade engendra a utopia de uma humanidade irmanada pela Internet numa aldeia global democrática e aberta. Surgem entretanto preocupações distópicas de que esse mesmo progresso tecnológico aprofunda desigualdades e produz consequências ecológicas imprevisíveis ou mesmo desastrosas. Se é verdade que o ciclo é de 30 anos, a New Age terminaria em 2019 ou 2020, anos marcados por dois eventos negativos: a pandemia de COVID e o acirramento dos ânimos a par da radicalização política. Ao invés de uma aldeia global as redes sociais propiciaram a criação de grupos fechados em fronteiras geográficas ou virtuais, onde se excluem ou se eliminam os divergentes, e o isolamento substitui a cooperação e o diálogo. A possibilidade de agressão agora é virtual, mas não deixa de ser também real. Quais serão as emoções predominantes deste novo período que se inicia?
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