Somos livres e responsáveis por nossos atos e, portanto, dignos de louvor ou condenação? Ou nossas ações são previamente determinadas por causas naturais ou desígnio divino e somos apenas vítimas das circunstâncias ou favorecidos pela sorte? Colocando de outra forma: a vontade é livre para escolher entre as muitas inclinações concorrentes no momento exato em que a ação se efetiva? Ou a força motivacional maior da inclinação vencedora já estava dada de antemão? Somos escravos de nossa condição humana determinada pela herança genética da nossa biologia e pela herança cultural da nossa educação? Ou podemos contrariar necessidades fisiológicas e obrigações sociais em nome de outros fins que não a sobrevivência da espécie e o bem comum? Esta questão do “livre arbítrio” é antiga na filosofia.
Minha resposta é de que a própria educação demonstra que o condicionamento prévio pode ser suplantado por um condicionamento posterior. É assim que a civilização se impõe à nossa animalidade natural. A história testemunha ainda a mudança seletiva e a revisão crítica dos valores precedentes de várias culturas, resultando num recondicionamento educacional que implica numa nova “normalidade” ou normatividade. Isto quer dizer que a vontade dirige a ação escolhendo um novo valor pensado em detrimento de um antigo valor previamente condicionado. Portanto, a vontade é sim, em última instância, livre, mesmo sem deixar de ser condicionada. E, se ela escolhe determinado curso de ação, diferente daquele ditado pelos genes ou pela cultura, o faz em nome de um valor que só pode ter sido escolhido pelo pensamento e que se justifica logicamente como superior ao anterior.
Valor é algo que se sente ou é algo que se pensa? A vontade, para efetivar um desejo em ação, precisa senti-lo como o mais favorável, precisa “valorizá-lo emocionalmente” acima dos outros desejos conflitantes. Não basta que a sua prioridade seja compreendida logicamente – é preciso que o pensamento influencie o sentimento para que este gere a emoção que movimenta o corpo. E isto só se opera pela repetição daquela constatação lógica, o que requer a prática da reflexão crítica sistemática. Sem essa reflexão, o novo valor não terá força para superar os antigos desejos condicionados. Os valores de uma pessoa ou de um povo se demonstram no seu comportamento – na ação e não no discurso.
Colocando de maneira simples: a vontade que opera os valores é um sentimento que mobiliza a ação. Mas este sentimento pode ser influenciado pelo pensamento para não ser apenas uma reprodução de preferências emocionais preexistentes.
Vamos pensar juntos e tomar o controle de nossas decisões, aplicando reflexão e planejamento para atingirmos objetivos de vida e não somente as metas do trabalho para depois descobrir que não fizemos o que gostaríamos.
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