Em estudo recentemente apresentado na edição de 2016 da Conferência “Computer-Human Interaction”, Kostadin Kushlev, Jason Proulx e Elizabeth Dunn conduziram um experimento em duas etapas: Por uma semana, participantes (uma amostra da população em geral) foram instruídos a maximizar interrupções telefônicas ligando todos os alertas de notificação de seus smartphones, mantendo-os à mão e à vista. Na semana seguinte, os participantes minimizaram interrupções telefônicas desligando os alertas e mantendo seus smartphones fora da vista. Os resultados: “Participantes reportaram níveis bem mais altos de desatenção e hiperatividade quando os alertas estavam ligados, com diminuição tanto de sua produtividade como do bem estar psicológico”. A ligação inversa entre distração e produtividade é claramente compreendida e largamente demonstrada. Mas por que o mal estar psicológico? Matthew Killingsworth e Daniel Gilbert publicaram na Science em 2010 o artigo “Uma Mente Distraída é uma Mente Infeliz” relatando uma pesquisa feita em cima de um app desenvolvido para amostrar os pensamentos, sentimentos e ações de um grande grupo de sujeitos e descobriram que: (1) as pessoas pensam sobre o que não está acontecendo tanto quanto sobre o que está acontecendo com elas e (2) que isso as torna infelizes. Segue um trecho do artigo. “Diferentemente de outros animais, os seres humanos empregam muito tempo pensando sobre o que não está acontecendo ao seu redor, contemplando eventos passados, ou que possam acontecer no futuro, ou que nunca irão acontecer. De fato “pensamento independente de estímulos” ou “divagação mental” parece ser o modo de operação padrão da mente. Embora seja um considerável marco evolucionário, que permite que as pessoas aprendam, raciocinem e planejem, isso pode ter um custo emocional. Muitas filosofias e religiões tradicionais ensinam que a felicidade é encontrada ao se viver o momento presente, e os praticantes são treinados para resistir à divagação permanecendo no “aqui e agora”. Essas tradições sugerem que uma mente distraída é uma mente infeliz. Estarão elas certas?” O app desenvolvido colocava três questões de escolha rápida em momentos aleatórios: “Como você se sente?”, “O que está fazendo?” e “Você está pensando em outra coisa que não o que está fazendo?”. As conclusões da pesquisa apontaram que: (1) a distração ocorreu em 46,9% das amostras e em pelo menos 30% daquelas durante uma atividade (exceto durante o ato sexual); (2) as pessoas se sentem menos felizes quando divagando do que quando focadas. Os autores apontaram que “embora se saiba que estados de espírito negativos causem distração e divagação mental, nossas análises temporais sugerem fortemente que a distração em nossa amostragem foi geralmente a causa e não apenas a consequência da infelicidade.” Embora a evolução nos tenha preparado para divagar, nossos dispositivos tecnológicos magnificam as consequências positivas e negativas desta capacidade. Você será mais feliz se focar no que está fazendo – e isso significa desligar as notificações de seus aparelhos. Pelo menos algumas. Pelo menos parte do tempo.
Sobre
Nasci em 02/09/53 em Porto Alegre, RS. Moro na praia de Atlântida em Xangri-lá, RS. Sou casado com Isabel e tenho 3 filhos adultos. Dou treinamentos e mentoria pela PowerSelf, sou investidor e mentor da Vakinha e da WOW Aceleradora, da qual sou co-fundador e membro do conselho.
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