O que move a ação? O que faz as pessoas agirem? Três motivações básicas: o medo, o dinheiro e o sonho. Nesta ordem de força e de ocorrência.
O medo da morte é o motor mais forte e mais frequente. Primeiro o medo da morte física. Sobreviver é a necessidade maior. Todos fazem de tudo para sobreviver. Isso criou deuses, religiões, mitos e filosofias que transcendem esta vida, assim como tecnologias que a estendem. Mas há também o medo da morte social: do abandono, do desprezo, do esquecimento. Precisamos de amor, de admiração, de atenção. Isso nos leva a agradar, a ser úteis, a dar para receber, a trocar enfim. O outro – o que ele faz para nós, o que ele pensa de nós – nos interessa. Fazemos de tudo para ser amados. O amor em suas várias formas é a segunda necessidade. Mas o medo destas duas mortes é o primeiro motor.
Desejo não é necessidade. Desejamos um objeto que acreditamos que satisfará a necessidade. O desejo nasce da necessidade, mas se dirige ao objeto e se baseia na crença. E o objeto que todos acreditamos que pode satisfazer qualquer necessidade é o dinheiro. O dinheiro é a epítome e a encarnação do desejo. Muitos fazem qualquer coisa por dinheiro. Este é o segundo motor.
O terceiro motor, mais raro e mais fraco, é o ideal. Ideal é crença e transcendência pura – o esquecimento do eu, do aqui e do agora em nome de uma perfeição imaginada, de um sonho. Não importa se o sonho é realista, o que importa é que eu me movo agora em busca dele. Nenhum sonho é real – se ele nasce da realidade é para transformá-la. Não é a realidade que cria o sonho, é o sonho que cria realidades e que transforma o mundo. A ideia, o ideal, o sonho, a fantasia, transformam o mundo real e criam mundos fantásticos. O sonho é o motor dos gênios e dos loucos. Não para sobreviver, mas para voar.